ESTOU
PRONTO
O
capitão de um navio que ia zarpar
dirigia-se apressado para o porto.
Estava muito frio.
Diante da vitrine
de um restaurante, ele viu um menino quase
maltrapilho, de bracinhos cruzados e meio tremulo.
-
Que esta fazendo ai, meu pequeno? disse-lhe o
capitão.
-
Estou só olhando quanta
coisa gostosa tem
ai para se comer...
-
Tenho bem pouco tempo antes da partida
do navio, Se você estivesse arrumadinho,
eu o levaria a esse restaurante para que
comesse algumas dessas coisas boas e
saborosas; mas, infelizmente não está
O garoto, faminto e com os olhos rasos d'agua
passou a maozinha magra sobre os
cabelos em desalinho e falou:
Comovido, o capitão o levou como estava
ao restaurante, fazendo servir-lhe uma boa
refeição. E enquanto o garoto comia,
perguntou-lhe:
-
Diga-me uma coisa: onde esta sua mãe, meu pequeno?
-
Ela foi para o céu quando eu tinha apenas quatro
anos de idade. Disse o menino sem entender
ainda a vida.
-
E você ficou só com seu pai? E onde esta ele agora?
Onde trabalha?
-
Nunca mais vi meu pai, desde que mamãe partiu...
-
Mas então, quem toma conta de você?
Com um jeitinho resignado, o menino respondeu:
-
Quando minha mãe estava doente,
ela disse que Deus tomaria conta de mim.
Ela ainda me ensinou a pedir isto todos os dias
a Ele.
O capitão, cheio de compaixão, acrescentou:
-
Se você estivesse limpo e arrumadinho
eu o levaria para o navio e cuidaria
de você com muita alegria.
Novamente, o menino, alisando os cabelinhos
sujos e malcuidados, voltou a repetir
a mesma expressão:
-
Capitão, estou pronto agora.
Vendo-o
assim quase suplicante,
aquele capitão o levou para o navio, onde o
apresentou aos marinheiros e imediatos, dizendo:
-
Ele será o meu ajudante e será
sempre chamado de PRONTO agora.
Ali
o garoto recebeu tudo o que carecia
e as coisas transcorriam, aparentemente,
bem, ate que um dia ele amanheceu febril.
Foi medicado mas a febre não cedia.
Vendo-o piorar, o capitão aflito disse ao medico:
-
Procure salva-lo, doutor. Não posso perde-lo.
O
medico fez tudo o que pode, mas em vão.
Na tarde seguinte, o menino, chamando o
capitão, lhe falou:
-
Eu o amo tanto... Você foi bom para mim.
Gostei de estar aqui, mas ainda será
melhor no céu. Eu estou pronto, agora,
para me encontrar com o Pai que também
o ama. Não deseja aceitá-lo? Assim nos veremos no céu...
-
Sim, filho, tenho pensado nisto,
e continuarei pensando disse-lhe.
-
Mas quando? Quando estará pronto
a entregar a vida e o seu coração ao Pai?
Com
lagrimas nos olhos, o capitão,
tomando as mãos do menino, disse:
-
Estou pronto, agora! - E ali aceitou a Jesus.
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