Vez por
outra acreditamos que não temos mais caminhos a percorrer
sozinhos e estacionamos nosso caminhão de esperanças na beira da
estrada.
Nunca se
amadurece o suficiente a ponto de estarmos preparados para retomar o trajeto
desacompanhados. Mas somos nós mesmos os únicos responsáveis por nossas
esperanças.
Quando
corremos até a estação e iludidos observamos os passageiros que descem do
trem, criamos expectativas a respeito de cada um deles e muitos nos ajudam a
aumentá-las, contribuindo para que nossos sonhos tomem proporções
desastrosas.
Passado
pouco tempo eles embarcam no mesmo trem que chegaram, nos deixam um simples
até logo, querendo nos fazer crer que ainda voltarão, mas sabemos que isso
não é verdade, porque cada trem que parte daquela estação, não retorna.
No
entanto outros chegarão, carregados de pessoas e boas intenções, mas
como os anteriores, também farão uma parada rápida... e então? será que
teremos aprendido a lição?
Melhor
talvez voltarmos para aquela estrada, tomarmos novamente o comando daquele
caminhão que deixamos abandonado e carregarmos todas aquelas esperanças
para algum lugar mais seguro, algum lugar onde ninguém possa lançar mão
delas como se fosse uma diversão.
Nossas
esperanças são a parte mais valiosa das nossas vidas. É através delas
que respiramos no dia a dia, que conservamos nosso lado inocente, que
conseguimos atravessar o hoje e chegarmos ao amanhã.
Podar as
esperanças de alguém deveria constar do código penal como crime
hediondo, inafiançavel e sujeito a pena máxima.
... mas
segue a estrada, enfrenta os buracos, as lombadas, as curvas perigosas, a
chuva, a noite fria, porque em algum lugar... ela há de dar.
Silvana
Duboc
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